sábado, 23 de agosto de 2014

Desenhando para crescer!


Me propus a desenhar um elefante na lousa para dar uma ideia ás crianças, mas fui logo avisando :
"Vou fazer, mas não sou desenhista..." 
Quando estava na metade do meu desenho, uma criança disse:
"Você é uma artista, professora!"  
Nisso, outros também disseram:
"É mesmo, a pro é uma artista..."

Naquele instante... Me tornei uma artista.




"Você é um artista" é uma frase que uso bastante com meus aluninhos. É visível a satisfação que ela causa nas crianças. Mas fui realmente surpreendida quando ela voltou pra mim assim, tão... na hora certa!! 
Tenho um gosto por desenhos infantis e acho o máximo como cada criança se expressa através de seus traços tão particulares.
Por meio do desenho, como também outras formas de expressão, a criança vai se construindo e reconstruindo, criando caminhos para seu próprio desenvolvimento. 
Há tanta pressão quanto a alfabetização, já na Educação Infantil, que esquecemos, por vezes, a importância do desenho nesse processo. Banalizamos o desenho espontâneo como apenas um momento de lazer, quando deveria ser colocado como primordial em nosso planejamento. O desenho precede a escrita, e são interdependentes.

Então, bora desenhar!!!
Duas atividades:

1 - Desenhar na lousa:




É um tipo de brincadeira. As crianças adoram! Escolhemos um tema, então chamo o primeiro aluno. Ele faz seu desenho e escolhe o próximo a desenhar e assim por diante. Criamos regras para a escolha do outro aluno, como por exemplo, aquele que estiver mais quieto. Isso proporciona um ambiente calmo e de muita atenção. Desta forma, um aprende com o outro, percebendo várias formas de se desenhar a mesma coisa.







2 - A famosa Releitura:

 Aqui também vemos como são diferentes os olhares e interpretações de uma mesma imagem. É uma brincadeira, é um desafio, é arte!!!
Veja de perto:

Dança de Roda, de Alberto da Veiga Guignard, 1959.






Agora, observe o crescimento deste aluno:
 Em maio, ele disse " Olha o monstro!", me mostrando seu desenho. Fui logo brigando: "E sua mãe? Cadê?"  Apontou para algo no cantinho: "Aqui, olha. O mostro comeu ela, prendeu meu pai..." E assim me contou toda a história por trás daqueles traços 'rústicos'. O desenho dele era essa bagunça porque tinha movimento, não era um desenho parado... tinha história. 
Neste mês, fui surpreendida por sua representação do Horton (desenho "Horton e o mundo dos Quem). Com traços mais claros e firmes... Amei e ele também!! 



Se tiver mais um tempinho, veja este artigo da Revista escola -  A importância do desenho na Educação Infantil




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